19.10.06

Crônica...

Sua morte já foi decretada e anunciada aos quatro ventos, mas ele insiste em ir devagar e relutante. De moça ela não tem nada, aliás, nunca teve. Era só uma esquizofrênica, uma louca, uma vadia, que idealizada, criada, gerada, entaranhada na gente, pelos terapeutas em busca de maior clientela, conseguiram inserir sua história na grade curricular de boa parte das escolas nos anos 80.

Sim, a Polly, para os íntimos, influenciou toda uma geração de mulheres. Mas qual é a diferença das misses quem se orgulhavam de ler o Pequeno Príncipe, para essas meninas que creseceram acreditando que seriam como as mulheres que viam na Sessão da Tarde ou as mocinhas nas novelas de Gilberto Braga?

Será que existe? Vejamos:

Pensar positivamente, "ouquei", não faz mal a ninguém. Ter metas, objetivos? Mais do que justo. Mas será que as pessoas, quando crianças, são realmente preparadas para o mundo que as espera de braços e às vezes pernas abertas?

Tenho certa dúvida. Observo constantemente pessoas que se apegam a qualquer coisa que nos dizem sobre sermos culpados disso, daquilo. Ora temos que assumir toda nossa responsabilidade e parar de jogar a culpa nos outros para sermos respeitados e tidos como bons meninos. Ora não.

Concordo em parte. Cada um precisa ter a consciência de cada ato seu e se responsabilizar. Mas há horas, situações, que a culpa é mesmo do outro, que a gente fez nossa parte e acabamos adestrados a acreditar que somos culpados de tudo nesse mundo e nos deparamos com a auto-estima em frangalhos (sempre quis usar palavras assim, rs).

Crescemos, achamos que estamos livres porque pagamos nossas contas (às vezes nem isso), mas não percebemos que por trás daquela balada, regada a muita caipirinha, vodca, não estamos fazendo nada mais do que fugir da realidade para qual não fomos preparados, nem sequer avisados. Fugir é mais cômodo. Queremos sempre voltar ao aconchego em detrimento da luta.

Quando acontece o tal encontro (da gente com a realidade), o choque pode ser forte, mas também pode ser enriquecedor... cabe a cada um achar seu caminho de lidar com essa nova acompanhante - se vai encara-la ou fingir que ela não está lá e viver o jogo do contente....

Eu já decidi.... já fiz as malas da doce Polliana e guardo apenas as lições que eu possa ter tido com o "meu" jogo do contente, mas to sentindo que ela já vai tarde sabe...


e comentem.... se vc passou por aqui quero saber o q vc pensa... se veio até aqui, termina sua parte, dando sua opinião.

Um comentário:

Sidarta Martins disse...

Eu não posso falar muito. Mas, em teoria, acho que você tá certa.

Sem, pelo menos, uma dorzinha, não tem muito jeito. Será que é possível alguém ficar adulto porque "entendeu" o espírito da coisa? Acho que não.

Abraços