A Saga Mexicana - Parte 1
A história dela começou muito antes de ela nascer. De família humilde, mas de objetivos claros, seus avós migraram para a cidade grande em busca de construir a vida. Tempos difíceis, como sempre. Soube há pouco tempo o quanto seu avô comeu o pão que o diabo amassou na vida dura de peão para comprar a casinha e educar os filhos.
Firmeza de propósito, comprou sua casa e deu estudo aos filhos. Sabia que conhecimento ninguém tira da gente. Talvez por não ter tido muito estudo, mas sabedoria tinha de sobra, da vida q levava.
Ano após ano, turno após turno, o avô construiu as bases da família.
Pedaços obscuros ainda a serem descobertos, no meio desta história poderia explicar melhor como a trajetória de seus pais se cruzou, mas ela nem quer saber. Existem coisas que podem muito bem continuar quietas no passado.
Enfim, ela ainda era um feto, disseram a ela décadas depois, que sua mãe se arrependeu amargamente de querer fugir da tirania materna em busca de liberdade de opinião, de ação. A vida às vezes é muito dura na hora das nossas lições. A adolescente, que viu a violência com o bebezinho ainda na barriga se viu acuada e o inferno, mas felizmente isso a fortaleceu.
Eram tempos de ditadura não apenas nas ruas, mas no teto do qual fugia e no qual acabou se abrigando.
Sorte da menina, seu espírito escolheu pessoa forte como mãe para encarnar. Cansada, exausta da vida insana que levava, reconstruiu a vida no teto da família humilde, que nunca teve luxo, mas que nunca faltara comida na mesa.
O tempo foi passando e a recompensa dos esforços acontecendo. A menina branquela, de olhos azuis foi crescendo alheia a quase tudo isso, ora lembrada da condição de diferente no recreio.
Anos 80, modernos, mas ainda na transição das Diretas Já, quando mulheres “ desquitadas” ainda eram apontadas nas ruas, ser filha de pais separados era tão natural a ela.
A menina entrou na escola, inteligente, ano a ano era convencida desta qualidade, era normal ser assim, era normal querer agradar a todos, era natural querer agradar a todos para ser amada.
Os anos passaram, ela descobriu o amor nos olhos do coroinha. Ela era grandona, tinha que olhar pra baixo pra ver esse brilho nos olhos. Bons tempos das brincadeiras na rua de paralelepípedos, sessão da Tarde, trabalhos de escola.
O tempo foi passando, a criança se tornando moça e a vida mundando. Novas escolas, novos amigos, novos amores e 20 anos se passaram.
(continua...)

Um comentário:
é bom vc postar todo dia a continuação desse folhetim ok?
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